terça-feira, setembro 15, 2009

Eleições '09 - II

A minha decisão de voto está tomada há muito tempo, admito! Mas quis ver os debates para me sentir mais informado, e infelizmente informação tem sido muito pouca. Um diz avançar, outra diz cancelar, outro diz trabalhar, outro diz contra isto e aquilo e outro fala mal da GALP e das autoestradas.

E depois há os pequeninos que admito não ter muita pachorra para ouvir... Porque não têm qualquer hipótese, porque são radicais ou simplesmente irrelevantes. Admito que ontem, ao chegar a casa de um breve café, ainda tentei ouvir um pouco do debate dos pequeninos que houve na RTP1. Ouvi uma ronda de disparates e fui dormir...

Mas o que me preocupa é o vazio de ideias! Não encontro, tirando os soundbytes do costume (TGV, PME's, Ensino, Segurança e Agricultura), discussão de ideias; e mesmo nestes últimos é só um jogo de acusações sem substância. É a pobreza do debate ao seu maior nível. Chamemos-lhe a revolta, ou talvez a Revolta do Costume. Os professores não gostaram que lhes fizessem (bem ou mal...) finca-pé, portanto Revolta, os enfermeiros idem, os juízes (tadinhos...) idem...

O vazio de ideias é uma forma de nos enganarem. Ler os programas de governo? Pouco dizem! Geralmente são discursos ocos de ideias - é como ler o horóscopo, one size fits all... Mas quem é que lê os programas de governo? Só os mais interessados em política e no melhor para o nosso país, o que geralmente não é a maioria da população. Este vazio de ideias leva a que seja eleito o que tenha joguinho de bocas melhor, e que irá levar a políticas que não conhecemos e que depois nos obrigam a ir fazer barulho.

Estou de facto pessimista em relação a estes governantes. Não vejo qualidade suficiente em nenhum deles, e não sinto que protejam a nossa população, os nossos valores, os nossos interesses. Parece que há sempre uma agenda paralela e que, essa sim, vale. Já diziam os estrangeiros: money talks, bullshit walks.

Votar nulo/branco? Não... Isso é beneficiar quem quer o poleiro sem apresentar ideias novas, só porque não está no poleiro. Mal por mal, prefiro quem lá está, obrigado.

12 comentários:

João disse...

Depois de ler o teu post fiquei na dúvida se era um programa de governo ou um blog partidãrio, dado o lado politicamente correcto que escreves que contrasta totalmente com a decisão que tomas!

Não prestam, não tens confiança, enganam-nos, etc e tal... Mas não votas em branco para não favorecer quem quer o poleiro e não o tem. Optas, portanto, por favorecer os que querem manter o poleiro e que segundo a tua prosa, também eles são mentirosos e incompetentes! Já para não falar nos resultados que estão à vista! Bons! Francamente bons!

Eu diria que é essa mentalidade que os mantem lá! É essa mentalidade de criticar mas não fazer nada, ou melhor, fazer com que eles, os que criticas e de forma bem severa, se mantenham onde eles querem, dando o teu voto de confiança. Criticar os políticos que nos têm governado (e são basicamente os mesmos de há 20 anos a esta parte) por serem maus, criticar os políticos dos partidos pequenos porque são radicais, criticar os políticos dos partidos novos que vão aparecendo porque nunca chegarão a lado nenhum... Bem vindos a Portugal!

E para além de tudo isso, não é nada coerente! Mas isso também é bem português! ;)

Ricardo Ramalho disse...

Mantenho o que disse!

Nem acho os resultados do Governo Sócrates assim tão maus como muitos os querem pintar, nem eles são bons.

E porque raio volto a votar nele? Porque este já conheço, e não passo cheques em branco à MFL, menos ainda ao Portas, e nunca jamais a uma Esquerda que está cada vez mais retrógrada no discurso.

Dos pequenos só sou alguma credibilidade ao MMS e ao MEP, não porque tenha concordado com os programas eleitorais. Sim, dei-me ao trabalho de ler os desses pequenos... Não fique é à espera que vá ler os do PCTP/MRPP não é?...

E se queres que te seja sincero, acho o meu discurso bem coerente. Porquê? Porque, do mau, é o melhor que temos na minha modesta opinião. E é isso que tento transmitir neste post.

João disse...

São prespectivas. Dadas as condições que teve fez muito pouco. Ou melhor, fez quase nada! E a maioria das coisas que fez não passaram de medidas de cosmética, que na realidade e na prática resultaram em muito pouco!

Para além disso é verdade que sabes com o que contas. Com um primeiro minitro arrogante e incompetente. Mais. Com um primeiro minitro aldrabão e mentiroso! E não me refiro só ás questões políticas, porque nisso quase todos o são. Refiro-me aos casos duvidosos do curso, dos projectos assinados, do freeport... Parecem-me casos a mais para ser só perseguição! Mas em Portugal também é normal votar-se nos que roubam. Basta olhar para Valentins e afins...

Não dás um cheque em branco à Manuela!? Não brinques comigo! Queres com isso dizer que os partidos cumprem o que dizem, é? Cheque em branco tens dado durante todos os anos que tens votado.

Mas não sei onde é que me viste a sugerir que votasses na Manuela! Se achas que eles são maus, o que me parece óbvio e REALMENTE coerente, é que votes em branco ou nulo! Essa de votar no menos mau! É tão mau como aos governantes que temos! Porque como já disse, é por muita gente pensar assim, que eles continuam a achar que está tudo bem!

Tinha percebido onde querias chegar com o post! Acho é o principio de votar no menos mau, completamente errado! Ainda para mais quando há algumas hipoteses que não me parecem assim tão descabidas como essas duas que referiste: MEP e MMS.

squiddy - a lula disse...

sinceramente e olhando para os ultimos mandatos, ganhe um ou outro, com ou sem maioria absoluta, não vamos fugir do mesmo.
Um avança, com muitos erros à mistura e sem qualquer respeito pelos intervenientes numa politica de cosmetica conforme dito pelo João. Outro pára, bloqueia, quase de certeza também de uma forma exagerada e que manterá o país no estado em que está (e que todos têm conseguido manter ou piorar muito bem).
Coisas boas: estradas... realmente tenho andado em estradas magnificas, espectaculares, e as minhas viagens ao Norte têm sido muito menos penosas: o que obviamente faz com que eu nem pense em usar qualquer transporte similar ao comboio visto que actualmente o conforto do carro e da estrada em que circula justificarem a diferença de preço.
Bom, sem devaneios, não faço ideia em quem votar e não por causa do risco (se sentisse que estava a arriscar em alguém com perspectivas diferentes, obviamente arriscaria) mas porque não vejo nada de bom em nenhuma opção. Em branco provavelmente... ou indecisão até à ultima (tenho que pensar na estratégia, tipo jogo - se votar em x, de que forma isso afecta a maioria de y).

SARA TEIXEIRA disse...

Olá! Politica, definitivamente não é o meu forte... (será que tenho algum?lol) Mas estive a ler este post e respectivos comentários com atenção e gostava de dizer uma coisinha...
Concordando com algumas coisas q foram ditas, outras nem tanto, chego à conclusão de uma coisa relativamente ao meu voto. Ja votei algumas vezes e a sensação que tenho das ultimas votações que fui é sempre a mesma: Voto estratégico. Desde pequenina que me ensinaram que houve muita gente a lutar pelo direito do voto, portanto é principio meu nunca falhar com meu dever civico; Não concordo com a votação em branco em parte pelo que Ricardo disse, é um voto de protesto mas pode favorecer alguns que no fundo nao os queremos lá; e para tomar a decisão de voto, acabo sempre por votar naquele que sei que é o unico capaz de fazer frente aquele que, esse sim, tenho a certeza que NAO quero ver lá; Sim, porque o dificil é escolher quem queremos, decidir quem NAO queremos, temos vááárias hipoteses.....

Joana disse...

"São prespectivas. Dadas as condições que teve fez muito pouco. Ou melhor, fez quase nada! E a maioria das coisas que fez não passaram de medidas de cosmética, que na realidade e na prática resultaram em muito pouco!"

Retirei esta frase de um dos comentários do João porque gostaria de dizer algumas coisas sobre ela: Terá tido este governo assim tantas condições para fazer muito mais? Segundo sei e é real, começou a fazer algumas coisas, e não foram poucas... (aconselho a informar-se bem)coisas essas, que até hoje, tenham sido "cosmética" ou não, nunca tinham sido feitas por ninguém anteriormente, por razões que todos nós sabemos quais eram. Este governo teve a coragem de "mexer" em coisas q nenhum até agora teve coragem de o fazer... o que para mim já é um grande passo e que irá com toda a certeza resultar em alguma coisa... algumas já estão a ter resultado e outras, terão, se não agora, pelo menos no futuro. Entretanto a crise mundial, veio agravar a "nossa crise" como todos nós sabemos...

Em relação aos casos duvidosos, até provas concretas, reais e verdadeiras em contrário, todos são inocentes. Se se provar serem verdadeiras, cá estaremos para as condenar e pedir contas. Até lá...

Votar em partidos pequenos e com pouquissima voz, como é o caso do MEP e MMS, só serve para retirar votos a outros partidos, esses sim, com hipóteses de ganhar, também,só serve, para poder dizer que "eu votei" e, ao mesmo tempo, sacudir a água do capote, em relação a quem ganhou, porque no fim de contas até nem votei em nenhum desses... golpe baixo e de quem pretende fugir às suas responsabilidades enquanto cidadão deste país.

Por fim, gostaria de deixar uma opinião ou sugestão: Porque não fazerem também, debates entre os principais partidos e alguns dos principais "agentes" económicos, da educação, da segurança, justiça, saúde, etc? assim acho que teríamos uma maior consciencialização daquilo que realmente importa e foi ou deve ser feito pelo país nestas áreas...

João disse...

Para a Joana,

Não sei porque acha que não estou informado! ;) Essa arrogância está de acordo com aquele Primeiro Minitro, que pelo seu post posso facilmente deduzir que apoia! Mas nesse mesmo post não vi nada de concreto! Diga lá então coisas tão boas feitas por este Governo! Fico a aguardar... É óbvio que alguma coisa fez! Mas há algum governo que não faça nada?! Fico a aguardar também, se não for pedir muito, quais foram as condições que faltaram a este Governo para fazer MUITO mais e MUITO melhor?

É verdade que até prova em contrário todos são inocentes. Isso é muito bonito e politicamente extremamente correcto. A realidade pura e dura, é que por essa ordem de ideias, são todos inocentes e ultra correctos! Minto! O Vale e Azevedo e o Bibi são culpados! Para que não haja dúvidas, isto é uma ironia! É claro que houve mais dois ou três condenados! Mas e o resto?! Para prender alguem é preciso provar tudo e mais alguma coisa. Para formar opinião, não é preciso tanto. Mas isto é só a minha opinião!

Esta tenho de transcrever na totalidade:

«Votar em partidos pequenos e com pouquissima voz, como é o caso do MEP e MMS, só serve para retirar votos a outros partidos, esses sim, com hipóteses de ganhar, também,só serve, para poder dizer que "eu votei" e, ao mesmo tempo, sacudir a água do capote, em relação a quem ganhou, porque no fim de contas até nem votei em nenhum desses... golpe baixo e de quem pretende fugir às suas responsabilidades enquanto cidadão deste país.»

Isto quase que nem merece comentários de tão surreal que é! Portanto somos todos obrigados a gostar, concordar e apoiar ou o PS ou o PSD! Mesmo que sejemos fortemente críticos perante as posições de ambos os partidos. É o lema tuga, dizer mal, mas votar neles! Sim porque para se ser cidadão responsável não se pode querer que os grandes partidos percam votos! Se todos fossem por esse seu lema, e felizmente que há pessoas mais lúcidas, o Bloco de Esquerda hoje não existiria. Não é que seja fã do bloco, mas tem o seu espaço e a sua importância! Se todos seguissem o seu lema, um grupo de cidadãos que se decidisse juntar para tentar ajudar e mudar a forma de fazer política no País, estariam apenas a tentar sacudir água do capote! A isso chamaria ditadura. Chamaria ditadura a um País onde não pudesse rejeitar, num determinado momento e fruto do estado das coisas, um partido sob pena de ser acusado de sacudir água do capote ou pior que isso ser acusado de cidadão irresponsável!

Sacudir água do capote é votar e dizer que é o mal menor! Sacudir água do capote é achar que o dever de cidadão responsável deste País limita-se a votar, mandar meia dúzia de bitaites e descontar ao fim do mês! Não é sacudir água do capote ser livre! Não é sacudir água do capote divergir! Não é sacudir água do capote rejeitar a forma como se tem feito política!

Haja paciência!

Joana disse...

Para o João,

Em 1º lugar, nunca lhe disse que não estava informado. Disse para se "informar bem", o que é diferente! Também não disse que este governo tinha feito coisas "tão boas"! Pode reler o que escrevi e verificar que não o afirmei.

Em 2º lugar, como a palavra arrogância está na moda, utiliza-se da forma que dá jeito e da forma que interessa. Infelizmente, foi o que fez... Sem qualquer sentido, acusou-me de ser arrogante. Que nome darei a esta sua forma de se me dirigir? Pela sua maneira de pensar, será arrogância?

Tal como diz, e bem, é óbvio que qualquer um dos partidos que vá para o governo, faz ou fará alguma coisa... o que está em causa, não é só o fazer ou não fazer, é sim, o que faz ou não faz e como o faz e as prioridades ao fazer. E é isso que é suposto distinguir os partidos uns dos outros. E aqui, é claro, que houve coisas mal feitas, inacabadas, outras que ficaram por fazer, e outras ainda que, nunca serão do acordo de toda a população. Como todos nós sabemos, é impossível agradar a todos, faz mesmo parte da natureza humana nunca estar satisfeita o suficiente, e o que agrada a uns, irá com certeza trazer desagrado a outros. Agora o que se deve é tentar ao máximo e dentro do possível, conseguir algum equilíbrio.

Pede-me para lhe dizer porque é que este governo não tinha assim tantas condições. Atenção, que eu não afirmei, perguntei. Mas aproveito para lhe dar a resposta que até é fácil tendo em conta o estado em que o país se encontrava na altura em que este governo iniciou o mandato: Portugal tinha piorado a sua competitividade e a produção era baixa, o desemprego tinha aumentado, havia um défice excessivo das contas públicas (que ninguém sabia), problemas estruturais graves no ensino, justiça, saúde, educação, funcionalismo público, segurança social, etc. A mim, parece-me que tudo isto, e mais haveria a dizer, não serão boas condições para iniciar e desenvolver um chamado bom governo.

Mexer no funcionalismo público, na educação, na segurança social, na economia e finanças, saúde, etc, é muito complicado. Muita coisa estava e ainda está errada, mas já se começou, com coragem, a fazer algumas mudanças.

Joana disse...

Peço desculpa, mas tive que abrir um novo comentário para poder escrever tudo o que queria).
Continuando...

Posso, também como me pediu, dar alguns exemplos concretos dessas mudanças: Tentativa de consolidadção das finanças públicas, reduzindo o défice de 6,83% em 2005 para 2,6% em 2007/2008; reforma da segurança social dando mais igualdade e sustentabilidade; o plano tecnológico e energias renováveis (informação mais rápida e acessível a todos e com parcerias nomeadamente com escolas e universidades (programa e.escolas, acesso ao pc Magalhães); relativamente ao ensino, menor taxas de abandono escolar, duplicou a frequência de jovens em cursos tecnológicos e profissionais de nível secundário, a acção social escolar foi reforçada dando origem a + beneficiários, escola a tempo inteiro, refeições escolares, ensino generalizado do inglês desde o 1º ciclo do ensino básico, programa novas oportunidades com um grande êxito, adaptação de todo o sistema ao processo de Bolonha; reformou-se o regime jurídico das instituições; investimento na ciência acompanhado de um novo movimento de internacionalização do sistema cientifico e universitário, com várias parcerias, das quais farei parte brevemente!; reforma da administração pública que reduziu centenas de cargos de chefia, reduziu + de 50 mil o nº total de funcionários, juntamente com uma accção social complementar e sistema de vínculos, carreiras e remunerações; programa Simplex, mais serviços públicos electrónicos que originaram uma maior modernização e simplificação administrativa; descongestionamento e qualificação de tribunais e prisões que reduziu para 3 anos o nº de processos pendentes; plano para a integração dos imigrantes; No ambiente, uma nova estratégia nacional de desenvolvimento sustentável e aumento da reciclagem (conheço quem esteja a fazer um trabalho nesta área do ambiente), o tratamento dos resíduos; Reforma dos cuidados de saúde primários e a criação de unidades de saúde familiar, melhoria na rede de urgências e obras hospitalares tão importantes e necessárias, venda de medicamentos sem receita médica; despenalização da IVG (Interrupção voluntária da gravidez), e muito mais... Tal como já tinha mencionado anteriormente, entretanto, veio a crise mundial o que levou a terem que ser tomadas outras medidas urgentes.

Espero que alguns destes exemplos concretos já lhe sirvam para ter uma ideia daquilo que realmente foi feito (aliás, penso que já tinha essa ideia), embora possa ou não concordar. Mas isso já faz parte de vivermos em democracia, e por isso também, temos as eleições, para cada um mostrar o que pensa.

já vai longo este meu comentário, mas não queria terminar sem lhe dizer que, como é normal e faz também, parte da democracia, e ainda bem, todos nós podemos e DEVEMOS votar no partido que melhor se identifica com a nossa ideologia, valores ou forma de ver as coisas para o país. E claro que podem existir mil e um partidos a irem a votos (não imagino o nº limite de partidos a poderem concorrer e nem sei se existe algum limite) para podermos escolher e votar. Nunca afirmei que só existiam 2 partidos, o PS e o PSD. O que acho, é que já temos vários partidos e suficientes, como o PS, o PSD, O PCP, o Bloco de Esquerda e o CDS/PP, para escolhermos. Para mim, todos os outros, embora possam, obviamente, serem constituidos como partidos, e têm esse direito, não têm relevância, nem força politico-partidária para ganharem as eleições, neste momento, portanto, seria (utilizando a sua palavra), "surreal", pensar que votando neles estaria a contribuir para formar um governo, daí, a expressão, "tirar a água do capote"! Mas esta é a minha opinião!

Todos somos livres de, conscientemente, votarmos em quem quisermos. É o que eu irei fazer nas próximas eleições.

Já agora, aconselho-o a ter um bocadinho mais de paciência porque nisto da política, as pessoas têm o direito de poder discordar e ter opiniões diferentes, felizmente! ;)

João disse...

Para a Joana,

Começo pelo fim e ainda bem que podemos discordar. Contudo não fica bem julgar pessoas por principios pessoais como fez quando disse "...golpe baixo e de quem pretende fugir às suas responsabilidades enquanto cidadão deste país". Não estava à espera que lhe desse beijinhos, pois não?!

Depois, as condições que diz não terem sido boas, têm sido assim para os outros governos. Claro que cada vez mais graves. Relembro-a que foi assim quando o Durão Barroso tomou posse. Agora dizer que o défice era desconhecido parece-me de uma ingenuidade tal que me aflige. Tanto Durão Barroso, como José Sócrates tinham ideia muito próxima do estado em que o défice se encontrava ou então andavam a brincar na oposição. Simplesmente usam o "factor surpresa" para poderem "desdizer" o que dizem durante longos dia sde campanha!

Em relação ao que este governo fez ou deixou de fazer começo por elogiar o trabalho nas finanças (se bem que foi feito por cortes na despesa e não por aumento de produtividade... isso continua no mesmo estado miserável). Outro dos elogios que faço é em relação ao investimento nas energias renováveis. Dois pontos que me parecem incontornáveis.

Agora começo pelo magalhães que na prática vale zero. Isto é a minha opinião. Não me parece um instrumento essencial até ao 4º ano. No País que temos parece-me gastar dinheiro de forma propagandista. Era preferivel equipar todas as escolhas primárias com boas salas de informática e porem os alunos a aprender, realmente, a mexer nos computadores. Eu tenho uma irmã, tem o Magalhães e raramente lhe toca. Se não estou em erro nunca o levou para a escola a pedido da professora. Agora pergunto, o que é que crianças com Pais com menos formação e para quem um computador é um bixo de 7 cabeças fazem com o computador? Não há quem lhes explique, não há quem lhes ensine. Portanto, escolas com salas equipadas e aulas de informática parecia-me mais realista, muito mais útil e mais económico.

Em relação a bolonha, aconteceu porque tinha de acontecer. Fosse qual fosse o governo. Pergunto é se a coisa foi bem feita? Quais foram os benefícios? Houve realmente alterações na forma de ensino? Não! Ficámos só pela uniformização dos graus adquiridos. Ok! Menos abandono... Por essas estatísticas também houve um aumento fabuloso nos níveis de conhecimento de matemática pelos alunos no ano passado. Oops... mas este ano voltou ao mesmo! Lá está a tal cosmética! Reformas de fundo na educação não há! Reestruturação séria de programas, aumento da exigência, adaptação do ensino pré-universitário que prepare os alunos para um ensino que no futuro seja realmente de acordo com o que Bolonha propõe. Apesar de não acontecer, não se queira um ensino universitário centrado no aluno quando os alunos são ensinados até ao 12º ano a terem a papinha toda feita pelos professores. Mais importante do que avaliar os professores (e isso também é importante), é ter um ensino estruturalmente forte e exigente. A excelência só se alcança através da exigência! Vamos ser sérios e não vamos olhar para a máquina propagandista que é este governo. Não tenho paciência para medidas para as estatísticas! Salva-se o aumento de cursos tecnológicos, o inglês e a escola a tempo inteiro. Muito pouco para 4 anos e meio.

Ah! A segurança social! A tal que este mesmo primeiro ministro, quando estava na oposição atacou com unhas e dentes quando apresentada pelo Ministro Bagão Félix, acusando-a de ser de extrema direita ou qualquer coisa do género. A verdade é que fez isso e ainda mais qualquer coisa! Adiante...

João disse...

(continuação)

Em relação ás chefias... reduziu assim tanto? Então veja, quando tiver tempo, o peso actual do estado. Nota muita diferença? Sei que na função pública, como sempre, quando estes entraram, as chefias foram todas renovadas! É um ponto essencial que quem queira verdadeiramente mudar alguma coisa tem de alterar! É impensável mudarem-se milhares de pessoas de acordo com o Governo que lidera o País. Enquanto se mantiver assim, não há função pública que resista!

Agora a questão da saúde. Melhoraram um bocadinho. Mas muito também, por culpa das autarquias. Por exemplo alguns centros de saúde de Sintra foram feitos integralmente pela autarquia. Convém estar atento ás coisas. À parte disso pergunto-lhe se as melhorias são assim tão grandes? Tem ido a urgências? Nota muita diferença? Infelizmente, por doença dum familiar tenho frequentado regularmente um hospital e desde há 2 anos para cá a única coisa que aconteceu, foi pior o atendimento. Os próprios funcionários o dizem.

Medidas de fundo não há, praticamente, nada! Até começou bem em algumas áreas, mas como sempre, acabou mal. Muito mal!

Ficou muito por dizer, mas este formato de discussão, não é ideal para uma discussão mais cuidada das coisas.

Até à próxima... e pelas suas palavras, espero que de forma irresponsável! ;)


(peço desculpa por eventuais erros ortográficos, mas a pressa é lixada!)

joana disse...

João,

Tal como diz e bem, estar a discutir através de um blog que ainda por cima não é especifico sobre política, não é nada ideal! Mas queria dizer-lhe que até gostei de termos discutido, porque da discussão é que nascem as ideias e é que as pessoas podem e devem dar as suas opiniões... concordando ou não.

Não vou, por isso, voltar a "bater nas mesmas teclas"... porque já ficou entendido que há coisas que, embora tenham sido feitas, por este governo, e que ninguém ainda tinha mexido, nunca serão suficientes, por variadíssimas razões já mencionadas, como é óbvio! Mas parece-me, e fico contente por saber, que no meio de tanta coisa, ainda acabou por achar que até foram feitas algumas coisas boas ou que até não foram assim tão más...

Queria apenas dizer, que na minha opinião, o Magalhães tem sido, ao contrário daquilo que diz, um instrumento importante. Tenho 2 filhas gémeas a iniciarem o 4º ano e têm aprendido imensas coisas através desse pequeno pc. Têm uma sala de informática equipada com computadores (já muitas escolas têm) e até já sabem trabalhar (o básico, claro) em programas como o EXCEL e o WORD... se isto não é importante, então não sei... e não foi só aprendizagem através do ensino na escola... o próprio Magalhães tem criado motivação para elas irem aprendendo sózinhas a trabalhar nos diversos programas, o que só por isso, já vale a pena!

Em relação à função pública, não falei em renovação, mas sim em redução, o que houve e bastante! se me disser que devia haver mais... pois devia! mas não é fácil fazer uma reforma da função pública, ter que alterar e tomar tantas medidas, em relação a tantos funcionários (máquina existente há anos a fio e que nunca foi mexida) em tão pouco tempo! e então em crise, pior ainda!

A Saúde, se quer que lhe diga, notei que está bem melhor em relação às esperas. Claro que não está uma maravilha, e claro que ainda há muito a fazer nesta área como em muitas outras, mas tanto no caso de marcação de consultas, como no tempo de espera nas urgências e até o atendimento... noto melhoras. Eu sou daquelas que não vou a hospitais privados que, segundo dizem, até também têm filas e tempo de espera e mau atendimento! Vou ao Centro de saúde da minha área, à minha médica de família ou às urgências do hospital também da minha área quando tenho necessidade. O que tenho notado é que há hospitais que tiveram obras, estão bastante melhores, têm farmácias 24h e não me tenho dado mal.

Os Centros de saúde que diz terem sido feitos pelas autarquias não terão tido uma grande contribuição do estado? a mim, parece-me óbvio que sim...

É muito fácil ter acabado mal um mandato, neste momento, em Portugal, assim como em outros vários países do mundo!

Esperemos que o próximo mandato possa ser melhor e que os deputados e o Parlamento pensem no melhor para o país e não para os partidos e lobbies instalados.

Vamos ver... :)