Referendo

Não ando com muita paciência para política, mas esta não pode escapar a um comentário aqui no meu buraco - o referendo ao tratado recentemente aprovado. Por princípio é sempre bom ouvir o povo, e é claro para mim que a voz deste é sempre soberana.

Mas, e nisso concordo com alguns políticos da nossa praça, acho que o dito tratado (constituição... mais valia manterem o nome, que a treta é a mesma!!), não é fácil de entender pelo povo. Nem tão pouco é fácil explicar! Além de que há o perigo de não se estar a referendar o texto do tratado e estar-se a referendar o sr. Sócrates. Isso poderia acarretar consequências que me parecem más para nós como país, visto que pior que não estar na UE, é estar a meio caminho - nem dentro, nem fora.

Já estou a imaginar os cartazes por aí espalhados: de um lado, a malta do PCP & Friends com os seus cartazes com dizeres do tipo "Fora com a Europa", "Destroem-nos a agricultura e pescas", "Comissão Europeia - Chulos", etc. Por outro, teríamos os CDS/PSD/PS & Friends com os cartazes sóbrios que diriam algo do tipo "Responsabilidade", "Juntos venceremos", juntamente com umas caras de Eurodeputados e outros que tais.

Mas o principal problema para mim é que mais tarde iriam fazer outro referendo e a questão seria aprovada, ou então nem outro referendo iriam fazer e fariam o que provavelmente vão fazer agora: aprovar o tratado no parlamento. Porquê? Porque, com alguma probabilidade, o referendo não seria vinculativo, porque a malta simplesmente não quer saber. Sinceramente os referendos são muito interessantes quando as pessoas se interessam. O que a malta quer saber é quantos euros tem na conta ao fim do mês...