quarta-feira, março 15, 2006

Miseráveis

Estou farto de ouvir, grande parte das vezes vindo ex-emigrantes ou descendentes dos mesmos, aquela lenga-lenga do lá fora é que é bom, e que isto aqui é uma m*rda, e que nós somos os coitadinhos e afins. Sinceramente, cada vez mais tenho vontade de lhes dizer: "Se aquela bosta de país de onde tu vieste era assim tão bom, porque raio não ficaste lá? Se era assim tão bom, não terias naturalmente necessidade de voltar! Se voltaste é porque és concerteza masoquista." Bom... Isto é o que tenho vontade de dizer, mas normalmente fica para mim porque sinceramente as pessoas ofendem-se com facilidade, e também o meu bom senso diz-me que não vale o esforço de discutir com weak-minded people...

Estou um pouco enjoado de ouvir as pessoas sempre a denegrir o que é delas mesmas; o que é de todos nós! Sempre com aquele discurso miseralibilista da crincinha que vê outra com brinquedos melhores. Todos podemos marcar a diferença, basta querermos! E neste particular, contra mim falo também, como é óbvio.

E este discurso todo porquê? Num dos muitos e-mails que recebo diariamente, chegou-me um vídeo de perseguições nos Estados Unidos. Mas tinha um texto a dizer "se isto fosse em Portugal blah blah blah", com um conjunto de sátiras de muito baixo nível sempre com a vontade de cascar em nós mesmos!!

Não somos nenhuns miseráveis!... Deixem-se de fados...

5 comentários:

Anónimo disse...

Um primeiro passo seria não nos calarmos quando ouvimos tais barbaridades!
Está nas nossas mãos marcar a diferença e poderíamos começar por não aceitar que sujem os nossos ouvidos com discursos desse tipo...
Ou não... ?!

Anónimo disse...

Fazem mossa as barbaridades a que assistimos neste país... O Audi do Santana, a multa que a Fátima Felgueiras diz não conseguir pagar (mesmo recebendo 3000 Eur de salário mais uma pensão), os bancos que querem cobrar comissões por levantarmos dinheiro nos MB (apesar dos lucros brutais), as Brisa e EDP que aumentam tarifas para sustentarem os seus investimentos no estrangeiro, a alarvidade do futebol, a falta de interesse por cultura e educação, a TV popularucha e um outro número infidável de exemplos...

Mas na verdade, o comentário que fica ao visitar países do centro e norte da Europa é "Apesar da melhor qualidade de vida, não era capaz de aqui viver, tem muito pouco Sol".

"To Sin by Silence Makes Cowards Out of Men..."
(É o que se lê no genérico inicial do filme JFK, do Oliver Stone)

Anónimo disse...

Curti este post!

Ariadne disse...

Olá Ramalho :)

Venho só deixar-te cá os versos que te prometi.

Dizia assim o Chico Buarque:


Junto à minha rua havia um bosque
Que um muro alto proibia.
Lá todo o balão caía
Toda a maçã nascia
E o dono do bosque nem via.
Do lado de lá tanta aventura
E eu a espreitar na noite escura
A dedilhar essa modinha
A felicidade
Morava tão vizinha
Que, de tolo
Até pensei que fosse minha.

Junto a mim morava minha amada
Com os olhos claros como o dia
Lá o meu olhar vivia
De sonho e fantasia
E a dona dos olhos nem via.
Do lado de lá tanta ventura
E eu a esperar pela ternura
Que a enganar nunca me vinha
Eu andava pobre
Tão pobre de carinho
Que, de tolo
Até pensei que fosses minha.

Toda a dor da vida
Me ensinou essa modinha
Que, de tolo
Até pensei que fosse minha.

............................

Jokas pra ti
BB

Anónimo disse...

Como nao es emigrante nao podes perceber a perspectiva dele =P Uma coisa e a qualidade de vida e as coisas parecerem melhores ou pelo menos mais faceis, outra coisa e estar no pais origem onde nos sentimos em casa. Quando se vai para fora por mais anos q se la passe somos sempre outsiders, e sempre sonhamos com Portugal, o nosso pais. Muitos dos emigrantes sonham sempre voltar, e dizem ficar fora so enquanto fazem "mto" dinheiro para dps estarem a vontade ai. So que depois quando para ai voltam notam logo a diferenca que mtas vezes e para pior.

Hmm... quando eu vou ai tambem me ouves com essa conversa n? haha