segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Abstenção Direitos Deveres

Agora que acabaram as argumentações, discussões e demais "ões", já se pode dizer que... ainda agora começou! Agora é de esperar que todas as forças políticas e movimentos de cidadãos se unam para discutir uma verdadeira política de defesa à vida! O que era válido antes a nível de defesa da maternidade é válido agora. Este foi o mote, foi o começo para se mudar algo ainda maior. É permitir que se façam os abortos, mas evitar ao máximo que se façam.

Mas... De ambos os lados se falou do aproveitar os não-votantes para engordar as suas fileiras e que essas pessoas tinham voz também e que não as podemos ignorar. Eu discordo frontalmente! As pessoas, todas diga-se, tiveram a sua oportunidade de se expressar sobre este assunto. Mesmo que não concordassem com a pergunta, podiam sempre votar em branco! Portanto, quem não votou foi porque não quis lá ir provavelmente.

Ouvi, e bem diga-se, alguém dizer que quem não vota delega a sua decisão nos restantes votantes. É um direito votar, mas é também um dever. É o dever de contribuir para a sociedade, todos se esquecem disso! Só se lembram dos Direitos, nunca dos Deveres... É pena... E esses são provavelmente os primeiros a chorar quando não mamam...

E como diz o ditado: Quem está de fora, não racha lenha...

E mesmo que se considerassem essas pessoas, considero que a distribuição de votos seria identica à das pessoas que foram votar.

13 comentários:

Anónimo disse...

Concordo contigo!
O meu caso e prova de que existe uma grande diferenca entre dever e direito: eu nao cumpri o meu dever de votar porque me tiraram o direito de o fazer. Nao e por estar no estrangeiro que sou menos portuguesa, muito pelo contrario!!!
Aos meus olhos, este referendo ficou marcado pela injustica de me sentir incluida num maralhal de gente que nao tem sentido algum de responsabilidade civica.
E com esta me calo! Ja deves ter reparado que o assunto me deixa o sistema nervoso de pantanas, eheh.

Anónimo disse...

Sofia, não havia a possibilidade de votares na embaixada/consulado portugues em Berlim?

Sim, concordo(apesar de existirem situações que impedem as pessoas de votar) que grande parte da população está literalmente a lixar-se para a politica e talvez não tenham compreendido que este assunto não é (ou não deveria ser) apenas politico.

Por outro lado, apesar de eu não crer que assim tenha sido, o não votar neste referendo poderia também ser uma manifestação de protesto, obrigando os nossos representantes politicos a tomar uma decisão oficial sem que depois possam lavar as mãos dizendo que "a culpa é do povo, foram eles que assim decidiram": ao não ser vinculativo o resultado, quem decide são os politicos.
Conversa contraditória, sim, porque afinal as decisões são sempre "nossas" quando os elegemos. E não deixa de ser uma falta de responsabilidade não ir votar.
Este ano p'lo menos não podem dizer que o pessoal foi para a praia!

Anónimo disse...

Ana, este ano estava de chuva!!Pelo menos foram os motivos dados pela comunicação social!o cobertor no sofá foi bem mais atractivo...Enfim..Eu só tenho uma coisa a dizer,quem acredita e preza viver numa Democracia, nunca devia esquecer o verdadeiro significado do direito/dever de voto!Prezo muito essa "liberdade" de poder expressar a minha opinião/vontade e tenho pena que muitas pessoas (infelizmente muitos jovens também..) não se preocupem com o que se passa no seu próprio país..E afinal de contas,quem falha uma eleição, não se pode candidatar a presidente da republica,não é assim?!:)

Anónimo disse...

Na verdade, a mim foi-me "retirado" o direito de votar: os portugueses que vivem no estrangeiro apenas podem votar para a assembleia da republica e para o parlamento. Quando perguntei a funcionaria do servico consular por que razao tal acontece, a resposta foi aquela que ja todos ouvimos umas quantas vezes: "E a lei.".

Anónimo disse...

Todos vós têm razão quando falam no dever de voto e na falta que faz o voto de quem não vota!mas... e o direito de escolha se voto ou não?será que quem muito fala no direito/dever tem todos os seus deveres em dia? ou passa a maioria do tempo a tentar fugir dos deveres?(pelo menos de alguns).
porque o mais engraçado em alguns discursos, bonitos sem duvida ,é que só falam no dever cívico de votar e os outros deveres cívicos que aparecem á nossa frente todos os dias e que por vezes viramos a cara?
Direitos ,Deveres ,Opiniões ,Vontades ,Responsabilidade Cívica.....Bonito mas será que tudo isto se resume ao voto? ou a uma atitude de vida que se tem e se pratica no dia a dia?È que por muita pena minha estas palavras só as oiço quando á eleições ou referendos e afins....
Pedro Duarte

Judia disse...

Claro que os deveres cívicos não se resumem ao voto! Mas em relação a este dever, quem não vota não tem o direito a se queixar da sociedade em que vive...
Em relação aos restantes deveres cívicos, como o de não poluír, gastar menos água, pagar impostos... etc... acabam (muitos deles) por ser ainda mais relevantes do que votar, em termos de dia-a-dia! Mas se não votamos quando nos dão o direito de ajudar a decidir o rumo de uma lei não estamos a usufruir do nosso direito à democracia... e isso é simplesmente estúpido.

as velas ardem ate ao fim disse...

Completamente de acordo.
O meu post de hoje tb é sobre isto mas mais agressivo.

este pais tem o que merece e nem mais,

bjinhos a nós que votamos

Anónimo disse...

Estou de consciência tranquila, cumpri o meu dever cívico, ir votar!

Anónimo disse...

Descobri outras duas pessoas amigas que não votaram por motivos semelhantes aos da Sofia: estavam a trabalhar longe de casa.
Talvez uma grande percentagem dos "não votantes" até tenha razões que os impossibilitaram de votar (o sistema não está simplificado). Assim, já penso que talvez não tenha sido uma MAIORIA, a que ficou a descansar no sofá ou a passear nos centros comerciais (também é possivel) em vez de votar!

Ricardo Ramalho disse...

Não me parece que 56% dos nossos eleitores inscritos não tenham os dados em dia...

Estaríamos a falar de 4 milhões votantes!

Claro que há pessoas impossibilitadas de votar... Vamos supor que, e estou a exagerar provavelmente, 750000 pessoas (dos abstencionistas) estão fora do país ou da sua região.

E os outros? Onde estão? Eu arranjo 10 casos, sem grande esforço, de malta que simplesmente não quis ir votar p'las mais estúpidas razões!

Entre as quais ouvi:
- Não me interessa;
- Isso é coisa das mulheres;
- Já não tenho idade para falar dessas coisas;

Anónimo disse...

Para mim é importante votar sempre,principalmente pelas razões que já foram mencionadas. Se discordar de alguma coisa ou se simplesmente quiser manifestar o meu desagrado, faço-o também através do voto: voto em branco! Ficar em casa sem ir votar não resolve absolutamente nada... só serve para "fugir" de uma responsabilidade.
É claro, que não estou a falar de algumas situações de total impossibilidade de votar, mas essas, tal como o Ricardo já disse e concordo, não são concerteza a maioria dos que não votam.

Anónimo disse...

Já pensaram que a nossa constituição devia mudar, e o voto ser obrigatório, obviamente sempre com justificações válidas para o não acto cívico!

Anónimo disse...

O nível de abstenção e os motivos que para ela se atribuem levam-me a pensar no voto obrigatório, sim.
Há sempre o direito de se votar nulo ou branco, mas deixar de ir, quando durante decadas não se podia exercer esse simples direitos/dever é muito mediocre para justificação.
Haja cidadania participada. Os outros não devem decidir aquilo que também me diz respeito.
chocou-me a história da Sofia, embora já a conhecesse.