terça-feira, setembro 26, 2006

Compromisso Portugal

Eles voltaram, uns anos depois!

Acho que a lenga-lenga é mais ou menos a mesma da outra vez. A bela da Flexibilização Laboral (com a qual discordo frontalmente, mas que parece ser cada vez mais uma inevitabilidade), o IRC a 12% (não fossem eles empresários, não é verdade?) e o despedir 200.000 funcionários públicos (para ficarem com o sector da saúde e da educação só para eles).

As desculpas são as do costume, aquelas do Portugal moderno e virado para o mundo. Sim, como se isso só fosse possível da maneira que eles querem... Mas adiante!

Pelo que percebi, os 200.000 despedidos do estado seriam essencialmente do sector da saúde e sector do ensino, privatizando (não foi dito, mas está mais que sub-entendido!) o que são dois dos mais elementares deveres do Estado: Saúde e Ensino dos seus cidadãos; para meter o controlo destes sub-sectores do Estado em mãos privadas. Sectores esses que ficariam à mercê da política do lucro p'lo lucro. E não na prestação do serviço em si. Reforma profunda sim, principalmente no sector do ensino, onde deveria cada escola contratar sem necessidade de concursos nacionais e afins... no fundo autonomia total, mas com regras! Sim, embora os sindicatos não quisessem... Mas esses, os sindicatos, ficam para outro post!

Esses despedimentos (e subsequente alienação dos sectores da saúde e educação), permitiria baixar o IRC para 12% devido à baixa brutal nas despesas. Já não falo dos despedimentos e afins... O verdadeiro beneficiado com isso seriam os senhores empresários que iriam pagar menos impostos. Iriam eles contratar mais? Iriam arriscar mais? Iria aumentar a segurança e baixar a precaridade? Não me parece. Iria atrair mais investimento estrangeiro, sim! Mas se é como o actual, que mal possa arranjar uma China ou uma Roménia se vai embora, deixem estar... Nem vale a pena!

Gostava que o mundo tivesse uma visão mais humana sobre si mesma e sobre as corporações. Mas tal coisa é uma verdadeira utopia. Calar-me? Não!! Mas talvez adaptar-me para poder viver com os meus princípios numa sociedade em que cada vez menos me revejo. Quem manda é o capital e não os governos que nós, como cidadãos, elegemos. E estes senhores juntam-se a mandar recados a todos, e a darem indicações como as coisas se irão processar, porque eles efectivamente é que mandam nisto.

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