segunda-feira, março 27, 2006

Da Imagem ao Conceito

Peguei numa imagem. Ou em várias imagens... Ok, peguei numa imagem e construí um conceito. Conceito se calhar é forte demais, mas se calhar foi isso mesmo! Da imagem ao conceito.

Mas a imagem era incompleta, com bastantes buracos. Esses, fui preenchendo para chegar ao conceito, que esperava servir para me salvar de algo maior e profundamente negro. Mas a imagem era composta de vários fragmentos encontrados por aí, em vários curtos espaços de tempo. Eram pedaços de fotos, na realidade... Pequenos pedaços de uma imagem, destorcidos e amarelos. Via-se um pouco da paisagem, mas tudo muito desfocado e sem grande pormenor!

Mas eu resolvi juntar tudo, numa amálgama de papel amarelado e construir a restante imagem, como eu quereria que a restante imagem fosse. Mas isso iria distorcer a imagem original... Mas eu não sabia se alguma vez iria ver a imagem original! Portanto o conceito foi-se criando, à minha imagem... Ia crescendo e cada vez mais era a imagem que eu esperava que fosse, e provavelmente cada vez mais longe da imagem original.

Mas o conceito ganhou proporções assustadoras! Cresceu e ocupou a mente; foi-se tornando cada vez mais um monstro que seria capaz de combater o outro monstro... Se existisse! Mas não existe. E um dia, comecei a ver mais partes da imagem original... Não era feia nem bonita, era simplesmente uma imagem diferente da que esperara, e de facto não encaixava no conceito. Mas o conceito foi ficando, e pouco a pouco comecei a integrar essas novas partes da imagem real no conceito... Este foi mutando, mas sempre a crescer! Até que começou a consumir-me por dentro... Comecei a gritar porque o conceito começou a ser um monstro tão aberrante quanto o outro, e estes até me pareceram tornarem-se aliados tal era a força que ambos emanavam.

E no fim disse: "Tu não existes, porque és uma imagem incompleta... És fruto da minha mente, nada mais! Porque a imagem completa nunca a vi, e já me estava destinado a nunca a ver...". Começou a perder força, mas ainda aí anda esse conceito... E acho que de facto se aliou ao outro monstro, dando-lhe apenas e só mais força ainda...

8 comentários:

Joaquin Gomez aka "Vendetta" disse...

Percebo-te perfeitamente, só que a solução não é igual para todos. No meu caso, as vezes, procuro outra imagem mais completa ou se possível completa, não interessa que seja do mesmo tema, interessa que seja outra imagem, para que, o conceito criado pela nova imagem abafe qualquer resíduo incómodo que tenha.

É uma ideia que pode ser perfeitamente mutável caso te interesse usar… ;)

AzraelAngel disse...

mescalina?

:S

não me apetece filosofar a estas horas!

Anónimo disse...

Pois é meu lindo menino...
Nunca se desenterram, ou se reconstroiem montros, sem o devido acompanhamento. :S
Mas esta é uma batalha que eu deixei para trás...é assim que tu queres...é assim que eu faço. :(

Ricardo Ramalho disse...

Não percebeste o texto Maria... Mas depois eu tento explicar-te :)

Anónimo disse...

Fico à espera. ;)

Joana Menano disse...

Só podem existir "conceitos" daquilo que conhecemos e que nos é possível ou nos dão abertura para conhecer, quando isso não acontece, não interessa sequer pensar em formar "conceitos"...

Ricardo Ramalho disse...

Joaninha... percebeste na perfeição o que queria dizer. Leste-me os pensamentos?...

Anónimo disse...

Continuo à espera...
Ainda não me conseguiste explicar o porquê da analogia? :P