Ontem, um amigo meu enviou-me um link sobre o famoso "Arrastão" na praia de Carcavelos. Felizmente, não estava cá em Lisboa nesse fim-de-semana. Mas, obviamente, ouvi falar disto porque se fez um gigante alarido à volta dessa questão...
E se calhar é mesmo essa a questão! Fez-se alarido! Falou-se, falou-se, falou-se! Mas se calhar a montanha de facto, pariu um rato... Porque conheço pessoas que estiveram lá nesse dia e não estava lá assim tanta gente a fazer um arrastão. E as TV's queriam manchetes para abrir o telejornal...
Enfim, julguem por vocês o site. Vejam-no aqui.
Update (11:45 AM): A Paula chamou-me à atenção do currículo da senhora que fez este documentário. Pelos vistos é alguém bastante conhecido e que merece ser destacado! O nome da senhora é Diana Andringa e o seu currículo encontra-se aqui.
E se calhar é mesmo essa a questão! Fez-se alarido! Falou-se, falou-se, falou-se! Mas se calhar a montanha de facto, pariu um rato... Porque conheço pessoas que estiveram lá nesse dia e não estava lá assim tanta gente a fazer um arrastão. E as TV's queriam manchetes para abrir o telejornal...
Enfim, julguem por vocês o site. Vejam-no aqui.
Update (11:45 AM): A Paula chamou-me à atenção do currículo da senhora que fez este documentário. Pelos vistos é alguém bastante conhecido e que merece ser destacado! O nome da senhora é Diana Andringa e o seu currículo encontra-se aqui.

20 comentários:
Manipulação de tolos, chama-se a isto...
Esta coisa do "arrastão" só veio mais uma vez mostrar o que é realmente importante para os media:as audiências e as notícias bombásticas!!
Já agora, acrescentar só mais um pequeno pormenor: candidata pelo Bloco de Esquerda à Câmara da Amadora.
Parece-me normal que ela pretenda amenizar um pouco o clima de insegurança, principalmente se com isso conseguir sossegar os seus futuros eleitores, também eles acusados injusta (ou justamente, não estou aqui para julgar ninguém!) de promoção de insegurança (bairro 6 de Maio, Cova da Moura, Fontainhas e a própria Amadora).
Mas sim: é óbvio que tudo o que possa ser usado para cativar "share", mexericos e todo o tipo de sentimentos bestiais (de "besta", mesmo), é óptimo para os telejornais.
Ah, ainda por cima estamos a falar por exemplo de telejornais em canais que dedicavam 40%, 50% a Big Brother's e afins, como se não houvesse mais nada de importante na sociedade.
Desculpa a arrogância, mas não conhecer a Diana Andringa é uma falha...
No entanto, há que contrapôr:
http://sorumbatico.blogspot.com/2005/07/arrasto-mentiras-e-vdeo.html
A Diana faz parte de uma geração e tb de um grupo de interesses k podem não ser os de toda a gente...
Na prática, prevalecem uma hipocrisia e um cinismo, que contam com a complacência dos Media, quase sempre focada mais na sua saúde financeira (que, em geral, preocupadas em ter o seu orgasmo diário, o chamado Share de Audiências) do que na sua coerência.
Só espero que não se torne uma Moda este acontecimento do Arrastão. Sabem como é que as modas são?!.........
"A Diana faz parte de uma geração e tb de um grupo de interesses k podem não ser os de toda a gente..."
Que mania essa dos rótulos.
Mas eu clarifico (adorações pessoais e ironia à parte):
- Sou da geração que de quando em vez abre um jornal;
- Um dos meus interesses é ouvir rádio.
Master Ramalho, o teu blog está a atrair cada vez mais audiências... e sem arrastões :)
Se me permites, uns comentários aos comentários:
. Amigo Zé, não leves a mal, mas qual é a relevância da candidatura da jornalista a uma câmara municipal? Só se for uma forma de realçar que não se limita a ficar na poltrona de "colunista de opinião que se limita a mandar bocas", e está disposta a passar para o terreno. É a única coisa importante que consigo ver no "pormenor". Ou era mesmo só para nos informar? É que não me parece nada que esteja a mando de nada nem de ninguém... rótulos!... Já agora, qual é o clube de futebol da senhora? (esta pergunta era a brincar)
. "grupo de interesses k podem não ser os de toda a gente...", sinceramente não percebi. Posso ser pouco esperto, é um facto. O grupo de interesses é a candidatura? Mas pelo Bloco? ainda se fosse por um dos que podem ganhar... fiquei baralhado...
. In http://sorumbatico... "Michael Moore à portuguesa"... ainda bem! viva o jornalismo a sério, abaixo a reportagem leviana.
. "prevalecem uma hipocrisia e um cinismo"... acho que é mesmo só negócio :-)))))))
Força Ramalho! Pelo menos no meu grupo de sites visitados diariamente já estás. Abraço.
Sr/sr.ª Anónimo/anónima
Eu sou simplesmente jornalista de profissão, logo é-me impossível "passar ao lado" da Diana.
Clarifico k não rotulei ninguém...apenas abri o espirito a kem acha k pode julgar os outros só porque não sabem os "nossos saberes".
Aceito ser uma falha não conhecer a Diana Andringa. Provavelmente é, como todos nós temos falhas a nível cultural (e não só...).
Mas de qualquer forma, Srª. ou Sr. Anonymous, é muito foleiro fazer qualquer tipo de crítica sem dar a cara. Nunca o fiz em nenhum blog, nem me parece que o vá fazer.
Uma assinatura vem sempre a calhar quando se faz uma qualquer crítica.
Ricardo Ramalho
12.7.05
As virgens ofendidas.
Diana Andringa é jornalista de profissão. Neste momento não trabalha para nenhum órgão de comunicação social. É cidadã deste país, é candidata pelo BE e, claro, assume-o plenamente. Decide fazer o mini-documentário "Era uma vez um arrastão" porque acredita que houve desleixo e manipulação da informação sobre o suposto arrastão e porque acredita que o tema está directamente relacionado com as representações da insegurança e com o racismo. Qual é o drama? Nenhum. Porquê a histeria em torno de uma suposta falta de ética, incluindo o facto de haver um link para o site do documentário na página do BE? Há duas respostas possíveis. A primeira é que está tudo maluco. A segunda é que quem lança o "escândalo" - nomeadamente o Expresso - quer substituir a ideia de que "nunca houve arrastão" pela ideia de que "há gente a manipular o real dizendo que nunca houve arrastão".
É aqui que entramos no terreno perigoso. É que, de facto, dizer que houve arrastão com base na "informação" daquele dia é estúpido - e pode ser perigoso porque é uma "verdade" ancorada em expectativas falsas e negativas, de cariz racista e xenófobo. Mas dizer que não houve arrastão com base também na fraqueza da "informação" daquele dia será igualmente estúpido - e arriscado (que não perigoso), porque pode alimentar a expectativa de algum "sociologismo de esquerda" de que a insegurança é sempre uma invenção. Ora, nem uma coisa nem outra: a insegurança existe, assim como as representações da mesma, largamente baseadas em preconceitos racistas. E estes males combatem-se ao mesmo tempo.
Posto isto (que será uma questão de política maior, independente deste caso), o video de Diana Andringa é um exercício de análise da informação e de defesa de um ponto de vista de cidadania, goste-se ou não do conteúdo. O ataque ao mesmo e à sua autora são apenas um exemplo mais da promiscuidade entre muito jornalismo e os grupos económicos que sustentam grande parte dos media portugueses. Gente cujo programa político precisa como pão para a boca (mesmo que finja o contrário, usando uma linguagem "civilizada" - o arruaceirismo deixa-se para os neo-nazis que, depois, se pode distanciadamente criticar...) da ideia de que vivemos num país perigoso e que os responsáveis pelo perigo são os Outros que para cá imigram ou que medram em assustadores subúrbios. O resto - a virginal preocupação com a "ética" de outrem - é treta por arrastão.
posted by mva
Antes de mais, as minhas desculpas pelo post em anónimo.
Cara Simplória Jornalista de Profissão (já que se auto-rotulou e puxou dos galões):
Não está expresso, em nenhuma parte do meu primeiro comentário, um julgamento dos valores do proprietário deste blog. Da mesma forma que tomou a liberdade de abrir o espírito à minha pessoa, intenção que recebo sem reservas, apenas quis aguçar a curiosidade do nosso amigo Ramalho. Como pode observar, comecei por pedir "desculpa pela arrogância".
Quando posteriormente referi a "mania dos rótulos" a minha intenção foi a de me distanciar a minha opinião dos tais grupos de interesses por si expressos, por não os considerar relevantes para a questão. Julguei que o sentido desse comentário se referia ao apoio explicíto da Jornalista Diana Andringa a um partido político.
Falhas culturais todos nós temos, assumidas por nós, ou indicadas pelos outros.
Considero que um dos defeitos da cultura portuguesa é conhecermos bem pessoas que nos impressionam pela negativa (eg Alberto João e Ministros que erraram), ou outras de cariz mediático, cuja fama é etéria, e não damos qualquer importância a uma camada latente entre a opinião pública e o poder. Quantos de nós sabemos o nome do presidente da própria Junta de Freguesia ou os deputados cujo nosso círculo eleitorial elegeu? Quantos de nós se dão ao prazer de seguir com um mínimo de atenção os jornalistas que nos dão a precepção do mundo tal qual o críticamos? Todos estes de alguma forma podem contribuir para sermos ouvidos nos nossos anseios sociais.
Como em tudo, é mais fácil puxar dos galões, molestar o próximo e esperar que alguém faça algo por nós.
Cumprimentos.
Ora aí estás tu Bismutoooo!
Acredita que, sinceramente não esperaria que fosses tu. Estava à espera que fosse outra pessoa.
E não te chateies aí com a gata, porque mia mia mia e não morde a ninguém! :P
Se há pessoa k não puxa dos galões, sou eu...mas tenho imenso orgulho da minha profissão.
Quanto ao "simplória" (mais uma uma vez, o rótulo)posso afiançar que não sou. Sou simplesmente uma jornalista e amiga dos meus amigos.
E aqui termina esta troca de ideias que nunca poderá ser conclusiva devido aos preconceitos presentes.
Ricardo, Ricardo....
Se eu fosse a Gata, da próxima vez experimentavas a sensação da dentadinha...
E que se lixassem os preconceitos.
;)
É "simplesmente" mas não consegue admitir o simples "simplória".
Insinua "grupos de interesses" e "preconceitos" mas não faz "julgamentos" e apenas quer "abrir o espírito".
Isso é querer jogar Xadrez com as peças do jogo das Damas.
Sim, não estamos a falar do mesmo e não me identifico com tais contradições e insinuações. Melhor mesmo é dar o assunto encerrado.
Have fun!
Já estava encerrado...lamento mas não reparaste k a porta estava fechada!
Não feches a porta, Gattaparda, sem eu entar ;)
Não estás a ver a ideia do Ricardo ao escrever sobre este tema?
Pois é:
ARRASTAR A MALTA PARA O DEBATE...
PARABÉNS RR. Conseguiste!
;)
Jogada de mestre Ramalhovsky... :-)
Jogada de mestre, podia ser dada pelo Governo neste sentido: Já pensaram que era mais fácil diminuir o deficit se o Governo investir os €€€€ todos em apostas do EuroMilhões (Prémio de 81 milhões) do que, andar a tomar medidas, para tirar da crise.
Já pensaram nisso?!.......
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